Dia Internacional da Mulher: negócios liderados por elas ganham espaço no mercado 1
As sócias Bruna de Magalhães, Thagua de Oliveira e Carolina Pitol proprietárias do Delícias de Bolos Caseiros.

 

Celebrado no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher vai muito além de homenagens como entregas de flores e bombons. Diferentemente de outras datas comemorativas que surgiram no comércio, essa tem origem na busca da igualdade e na reivindicação de direitos, como a participação no mercado de trabalho.

Para o desenvolvimento de mais modelos de negócios que tenham mulheres no comando, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) vem buscando ampliar os recursos destinados a esse nicho.

O diretor-presidente do Bandes, Munir Abud de Oliveira, destaca que é papel do banco de desenvolvimento fomentar as atividades produtivas e dar condições adequadas para o desenvolvimento das empresas. “Como uma instituição de fomento, o Bandes está pronto para atender ao mercado e à sociedade. Dessa forma, políticas de crédito que deem condições para geração de emprego, renda e competitividade na economia, estão dentro das nossas prioridades de atuação”, enfatiza Munir.

Elas são as protagonistas da história

A receita do sucesso das sócias Bruna de Magalhães, Thagua de Oliveira e Carolina Pitol passa pela memória afetiva dos bolos de receitas simples, como as vovós faziam. As empresárias montaram o Delícias de Bolos Caseiros, no bairro Bento Ferreira, em Vitória.

Bruna de Magalhães explica que a empresa surgiu da percepção da demanda crescente por um local que disponibilizasse lanches, aliado a um ponto estratégico para abertura do empreendimento e um modelo de negócios que estava em crescimento, o de casas de bolos. “O segmento de confeitaria se tornou aos poucos refinado. O bolinho caseiro é um resgate dessa memória de infância, do bolo preparado em casa”, exemplifica.

A empresária ressalta que, após fazer a pesquisa de mercado e o plano de negócios, buscou um financiamento no Bandes. Bruna afirma que as condições apresentadas pelo banco contribuíram para a estruturação do empreendimento. “Tivemos um processo rápido e uma carência que nos permitiu ter fôlego no início das atividades. Todo negócio, no começo, precisa de um período para ser conhecido pelas pessoas e ganhar conhecimento do mercado para se adaptar”, afirma.

Outro aprendizado, que indiretamente contribuiu para o desenvolvimento do negócio, foi o momento de pandemia. “Nos vimos forçadas a buscar novos produtos e formas de atender. Incorporamos novos produtos no cardápio como salgados e empadões, por exemplo. Passamos a trabalhar com delivery e reforçamos a divulgação. Dessa forma, ampliamos o nosso público, pois antes atendíamos muito ao nosso entorno. Passamos a ser conhecidos em outros lugares e a resposta foi positiva. O pessoal fala até que temos o melhor bolo de Vitória!”

De acordo com Bruna de Magalhães, neste momento, a parceria com fornecedores para estender prazos e com o próprio Bandes, que atento ao momento, pôde negociar o processo de quitação do financiamento, também foi importante.

Criatividade para inovar

Outra empresa que tem ganhado projeção no mercado, trazendo inovações para o setor educacional é a Wakke, empresa de tecnologia de Guarapari, que contou com recursos para o desenvolvimento e lançamento de novos produtos de tecnologia voltados para a Educação. A CEO da empresa, Cláudia Coelho, atua em um segmento em que, cada vez mais, mulheres tomam a frente de modelos de negócios de alto valor agregado, que aliam tecnologia e inovação.

“A Wakke é o exemplo perfeito de como o ensino on-line não precisa ser distante e que a tecnologia nos ajuda a melhorar as experiências que temos com a educação. Nós nascemos por uma educação livre e, por isso, também apostamos nos professores autônomos. Desenvolvemos uma plataforma completa e intuitiva, que pode ser usada por todos – até por quem não tem muita afinidade com tecnologia. É possível, sim, manter o engajamento do presencial no on-line e deixar o ensino muito mais divertido e leve, tanto para os alunos quanto para os professores. Com o período de pandemia, vimos como a tecnologia é importante para facilitar a nossa rotina. Passou de uma comodidade para uma necessidade, visando a manter a segurança de todos. Nunca passou pela minha cabeça desistir, ainda mais agora, que estamos sendo reconhecidos. Sinto que estamos no caminho certo. Por uma educação livre, facilitada, sem rótulos e sem barreiras.”

O produto desenvolvido pela empresa reúne, em uma plataforma, tudo o que o ambiente de ensino precisa para funcionar a distância, mas sem perder a interatividade do ambiente presencial. A Wakke Class é uma plataforma criada para otimizar o ensino a distância, como uma sala de aula virtual. Nela, é possível que o professor ministre suas aulas, compartilhe vídeos, exercícios, provas e até faça videoconferências. E, assim, como no ensino presencial, os alunos têm o dever de entregar as tarefas, fazer as provas e participar das aulas dentro de prazos determinado pelo docente.

Empreendedorismo feminino

Para potencializar cada vez mais a autonomia e a liderança feminina nos negócios, o Bandes está estruturando um programa com foco no empreendedorismo feminino. Empresas lideradas por mulheres vão receber ao menos 20% dos financiamentos feitos com os recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A captação do Bandes junto ao BID tem valor total de US$ 30 milhões, cerca de R$ 168 milhões. Os recursos do banco multilateral devem chegar ao Bandes nos próximos meses e o banco de desenvolvimento capixaba tem como objetivo aumentar na sua carteira a participação efetiva de créditos de capital de giro para micro e pequenas empresas sob liderança feminina.

“Esta é a primeira captação de recursos do Bandes com uma instituição financeira internacional. O banco está se articulando para fortalecer sua capacidade para proporcionar aos empresários capixabas recursos com condições mais atraentes para a contratação de financiamentos. A operação faz parte de um programa desenvolvido pelo BID com objetivo de proporcionar a manutenção da capacidade produtiva às MPMEs por meio de crédito para capital de giro concedido pelo Bandes, particularmente nos setores mais afetados pela pandemia, como a indústria, o comércio varejista e o setor de serviços”, frisa Munir Abud de Oliveira.