Presidida por Bruno Lamas, Frente aberta pela Assembleia Legislativa busca, em parceria com a OAB/ES, estreitar as relações capixabas com os chineses, incrementar negócios e reforçar laços culturaisEmpresários capixabas vão aprender dicas de como vender para China 1

Se você sempre viu a China como um “bicho papão”, chegou a oportunidade de derrubar mitos e conhecer tudo sobre o segundo maior mercado consumidor do mundo. É que a Assembleia Legislativa realiza nesta sexta-feira (10), às 14h, no plenário Dirceu Cardoso, o lançamento da Frente Parlamentar Brasil-Espírito Santo-China, com a palestra do advogado e empresário Thomas Law, presidente do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina).

Thomas, que também é presidente da Coordenação das Relações Bilaterais Brasil-China na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional, doutor em Direito Comercial e especialista na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), vai falar sobre o tema: “As relações comerciais e de negócios bilaterais Brasil-China” e lançar um livro. Também será assinado um termo de cooperação comercial.

Mas, essencialmente, será uma oportunidade para os empresários capixabas aprenderem dicas importantes de como dominar o Dragão Chinês, atingindo o objetivo de levar seus produtos com segurança para o Gigante Asiático, garantindo a margem de lucro.

“A China é um parceiro comercial importante para o Brasil. E o Estado tem vocação para muitas das operações que são realizadas entre o País e a China. Muitas delas passam pelo Espírito Santo. Vamos dar uma ambiência nesta relação. É a Assembleia Legislativa interagindo com o setor produtivo do Estado”, declarou o presidente da Frente Parlamentar Brasil-Espírito Santo-China, deputado estadual Bruno Lamas (PSB), que tem o apoio do também parlamentar Rafael Favatto (Patriota) no cargo de secretário-executivo.

Um dos convidados para o debate, que terá transmissão pela TV Assembleia e pelo canal do YouTube, é o coordenador estadual da OAB das Relações Bilaterais Brasil-China no Espírito Santo, José Carlos Ceolin Júnior.

De acordo com Ceolin, a China é uma das parceiras mais estratégicas para o Espírito Santo, o que torna essencial a apresentação das potencialidades capixabas, além da discussão de projetos e incentivo a demandas institucionais e comerciais.

“Mediante promoção do estreitamento do relacionamento sino-brasileiro, buscamos identificar oportunidades para investimentos e acordos de cooperação em áreas como tecnologia, comércio e cultura, incrementando a economia e impulsionando o crescimento do Estado”, explicou.

Ele disse também que o Espírito Santo possui como grande diferencial a sua localização estratégica. E nesse aspecto há grande oportunidade de investimentos envolvendo o país asiático, que já detém expressivo e recordista fluxo comercial com o Estado.

José Carlos Ceolin Júnior destacou que há 12 anos consecutivos a China tem sido a principal parceira do Brasil no comércio internacional e na realização de investimentos. Citou ainda que em 2020, apesar da pandemia e a consequente crise na economia global, os chineses contribuíram com cerca de dois terços do superávit brasileiro na balança comercial.

“Além disso, mais de um terço de todo o fluxo de exportação do Brasil vai para a China. Ainda assim, é latente o potencial de ampliação do fluxo de negócios e das transações entre os dois países”, avaliou Ceolin.

POTENCIAL

Segundo ele, a Asia já compra muita pimenta, granito, hortifrutigranjeiros, fruticultura, gengibre, café e celulose do Espírito Santo, mas o estado tem ainda um potencial gigantesco que ainda não foi desbravado.

“Temos uma possibilidade logística extraordinária – basta vermos as melhorias que estão sendo feitas no aeroporto de Linhares, que vai abarcar todo o Sul do Bahia para exportação, e a Imetame, que está fazendo seu próprio porto. Em cerca de 3 anos, teremos um canal de exportação barato. Temos tudo para crescer. As vendas para os chineses podem mais que quadruplicar num período de até 5 anos. Por outro lado, temos uma agroturismo aqui muito atrativo”, lembrou.

Para Ceolin, o empresário capixaba precisa de mais acesso à informação. Também avalia como necessárias as melhorias nas legislações tributária e ambiental, com incentivos fiscais.

“A relação com o governo estadual tende a se fortalecer. É o que a gente espera. A interlocução está caminhando. O deputado (Bruno) vai nos ajudar nisso. Hoje, já temos esta conversa mais consolidada com Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro”, contou.

Para o coordenador estadual da OAB, a China traz a oportunidade de estudo, de negócios e abre portas para a Asia como um todo.

“O deputado comprou a ideia de aproximar esses mercados e estamos dispostos em transformar essa aproximação em oportunidades”, declarou, lembrando que é também mais um nicho de negócios para a advocacia capixaba, na área de Direito Internacional e também da Lei Geral de Proteção de Dados e Tecnologia da Informação.

Ele lembrou que há uma tendência de convênio com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para iniciar um curso de ensino de mandarim gratuito, além de parcerias na área da Assistência Social por meio do Instituto Ibrachina.