O prefeito de São Mateus, Daniel Santana (sem partido), mas conhecido como Daniel da Açaí, negou as denúncias de que faria parte de um esquema de fraudes de licitações na prefeitura, e afirmou que as empresas em nome dele e da esposa não têm contratos com a administração municipal. As declarações foram feitas nesta quinta-feira (10), na Câmara Municipal, durante o depoimento de Daniel para a Comissão Processante que analisa o processo de impeachment contra ele.

Daniel da Açaí nega acusações e diz que empresas da família não têm contratos com prefeitura 1

O processo de impeachment tem como base as denúncias investigadas pela Polícia Federal de que Daniel seria o líder de um esquema de fraudes, propinas e lavagem de dinheiro na prefeitura. O prefeito chegou a ser preso pela a Operação Minucius no dia 28 de setembro de 2021, porém foi solto dias depois.

Em depoimento, Daniel foi questionado pelo relator da Comissão, Gilton Gomes, se teria interferido nas licitações da prefeitura para a contratação de empresas. “Eu nunca entrei no setor de licitação para dar ordem nenhuma. É um setor que a gente preserva, que deve ser imparcial”, afirmou.

Sobre a Empresa de Mineração Litorânea LTDA, que pertence ao prefeito, ser administrada por “laranjas” (pessoas usadas no lugar de outras para operações fraudulentas), ele afirmou que deixou outra pessoa no comando apenas para que pudesse se concentrar no trabalho na prefeitura. Daniel também negou que a empresa tivesse contrato com o município. “Minha empresa nunca recebeu nada da prefeitura, muito pelo contrário, pegam água lá de graça. Eu não tenho nada a esconder”, afirmou.

Ele também negou que teria usado a esposa como “laranja” na empresa Trade Company, e que a empresa prestava serviços para a prefeitura. “A empresa não é minha, é da mãe da minha filha. São bens dela, de herança da família dela. E no período que eu estive na prefeitura, a empresa nunca recebeu um centavo da prefeitura”, relatou.