Ex-deputado Daniel Silveira aprende violão e mantém rotina de exercícios em Bangu 8 ao lado de Gabriel Monteiro. O ex-deputado federal Daniel Silveira, que está preso há 45 dias na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, em Bangu 8, tem passado parte do seu tempo na prisão aprendendo a tocar violão, lendo livros, escrevendo e fazendo exercícios físicos para manter a forma. Silveira foi detido por descumprir determinações impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, e alega ser vítima de ilegalidades, nutrindo a esperança de ser solto..

Na prisão, Silveira divide uma cela coletiva com o ex-vereador Gabriel Monteiro e outros detentos com nível superior. O ex-deputado recebe visitas diárias de sua esposa, a advogada Paola Silveira, que agora pode vê-lo sem separação por um vidro, graças à carteirinha da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio.

Ex-deputado Daniel Silveira aprende violão e mantém rotina de exercícios em Bangu 8 ao lado de Gabriel Monteiro

Na prisão, Silveira divide uma cela coletiva com o ex-vereador Gabriel Monteiro e outros detentos com nível superior

O ex-deputado tenta seguir à risca a disciplina de fazer exercícios físicos como caminhadas e flexões. Antes do cárcere, treinava musculação e muay thai para manter 115 quilos distribuídos em 1,90 metro de altura. Dentro da galeria, Daniel Silveira diz a pessoas próximas ter lido mais de 15 títulos da biblioteca da unidade prisional, além da Bíblia. Entre os títulos mais conhecidos, estão “A Origem”, de Dan Brow, e “O poder do hábito”, de Charles Duhdgg. O ex-parlamentar costuma comentar a impressão de cada leitura com a sua mulher.

Decisão do ministro Alexandre de Moraes

Silveira espera a decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre a manifestação da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que pediu a revogação da prisão do ex-parlamentar. No parecer assinado em fevereiro, Lindôra destacou que Silveira deve ser solto enquanto se discute o suposto descumprimento de medidas cautelares. No entanto, não há prazo para o magistrado examinar o pedido.

Em fevereiro de 2021, Silveira foi preso em flagrante após gravar um vídeo com críticas a ministros do STF e em defesa do Ato Institucional nº 5 (AI-5), considerado a medida mais dura da ditadura militar. Em abril de 2022, o STF condenou o ex-deputado a oito anos e nove meses de reclusão em regime inicial fechado e multa de R$ 192 mil, além de determinar a perda do mandato e dos direitos políticos enquanto durarem os efeitos da pena.

No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro concedeu a Silveira o instituto da graça, perdão judicial individual exclusivo do presidente da República para extinguir ou reduzir a pena imposta. Em fevereiro de 2023, o ex-deputado foi preso novamente em sua casa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, por descumprimento de medidas cautelares, como o uso da tornozeleira eletrônica. Na ocasião, policiais federais apreenderam cerca de R$ 270 mil em espécie.