“Justiça e reparação!” Enquanto os atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), na Bacia do Rio Doce, aguardam que autoridades competentes no Brasil e exterior façam valer seus direitos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lança a campanha “REVIDA MARIANA”.

O que o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) quer com essa campanha levada à opinião pública, segundo Thiago Alves, integrante da coordenação nacional, é “fazer ecoar a voz das milhares de famílias que continuam sofrendo os impactos dessa tragédia criminosa; exigir compensação integral pelos danos sofridos, dialogar com a sociedade,e mostrar a luta dos atingidos e atingidas nestes quase 8 anos do crime”.

A campanha enfatiza que o crime não pode cair no esquecimento. Até o momento, não houve punição aos culpados, famílias estão sem abastecimento de água potável, sem renda, moradia entre tantos outros direitos que seguem sendo violados. “Revida Mariana” é uma campanha por reparação integral e um grito por justiça!

O que será divulgado?

Desenvolvida a partir de um olhar pragmático e sensível, as peças e os vídeos produzidos para redes sociais, imprensa e formadores de opinião, expõem a realidade devastadora deixada pelas mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton.

Os depoimentos trazem a voz sofrida de quem perdeu tudo, teve sua casa, parentes e animais de estimação varridos pela lama tóxica; pessoas que escaparam da morte anunciada, mas cujo sofrimento não cessa.

São também indígenas e ribeirinhos de olhares perdidos, que choram às margens do Rio Doce, que segue morto, sem saber de onde irão tirar seu sustento. São vozes que relatam suas dores, porém sem perderem a esperança por justiça já que tarda demais.

(in)Justiça

Enquanto no Brasil a justiça caminha a passos lentos há quase 8 anos, lá fora, nos tribunais do Reino Unido, os atingidos e atingidas estão sendo ouvidos. Já há previsão para a BHP Billiton, a maior mineradora do mundo, e a Vale, controladoras da Samarco, sejam julgadas pela responsabilidade no rompimento

O caso já é a maior ação coletiva do mundo, avaliada em US$ 44 bilhões – cerca de R$ 230 bilhões (somados os juros acumulados em mais de sete anos). Em agosto, a Vale também se tornou ré no processo. A previsão é que o caso seja julgado em 2024.

Justiça e reparação integral são os pilares da campanha “Revida Mariana”, que contará com diversas ações em Minas Gerais, no Espírito Santo e na Bahia, estados atingidos pelo mar de lama das mineradoras. E nesse cenário, há perguntas que não se calam: “e se essa tragédia tivesse acontecido em sua cidade? E se essa tragédia tivesse acontecido em uma das cidades mais importantes do mundo?”.

Serviço

Campanha “REVIDA MARIANA” – Justiça para limpar essa lama.

Instagram: @revida_mariana

Site: revidamariana.com.br