Operação Átria alcança mais de 24 mil pessoas no Espírito Santo 1
O objetivo da operação foi concentrar esforços para o desenvolvimento de ações policiais, preventivas e repressivas, de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Foto/Reprodução

 

A Operação Átria, deflagrada em todos os estados brasileiros no mês de março, alcançou 24.070 pessoas no Espírito Santo. O dado foi divulgado nesta terça-feira (02), em entrevista coletiva concedida na Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), em Vitória. A ação se desenvolveu entre os dias 1º e 29 de março, alcançando todo o Espírito Santo, com enfoque na região do Caparaó Capixaba.

A Operação Integrada foi deflagrada em âmbito nacional pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). No Espírito Santo, as ações foram comandadas pela Gerência de Operações Integradas (Geopi) da Sesp e realizadas em conjunto pelas Polícias Civil (PCES) e Militar (PMES) do Espírito Santo. O objetivo da Operação foi concentrar esforços para o desenvolvimento de ações policiais, preventivas e repressivas, de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.

O gerente de Operações Integradas da Sesp, coronel Sergio Ferreira, destacou a importância da integração para alcançar resultados expressivos. “Esta é uma operação integrada em nível nacional e aqui no Estado está sendo desdobrada com a ação efetiva das Polícias Civil e Militar, juntamente com as prefeituras. Levar conhecimento ao maior número de pessoas e disseminar informação são formas de prevenir que a violência permeie os ambientes familiares”, afirmou.

No Espírito Santo, além da conscientização de mais de 24 mil pessoas, a Operação Átria resultou em 2.033 vítimas atendidas, 248 denúncias anônimas apuradas, três armas de fogo e 14 armas brancas apreendidas e 167 autores de violência contra a mulher presos. A Polícia Militar intensificou as ações de fiscalização de cumprimento das Medidas Protetivas de Urgência. Durante o período da Operação, foram realizadas 723 visitas tranquilizadoras da Patrulha Maria da Penha.

“Com a Operação Átria, a gente destaca que foram intensificadas as ações de combate e enfrentamento à violência contra a mulher. Mas a gente deixa claro que essas ações são realizadas durante todo o ano. A Patrulha Maria da Penha vem realizando essas visitas a essas mulheres que sofrem qualquer tipo de violência doméstica contra a mulher e nós estamos atuando nos 78 municípios do Estado do Espírito Santo”, explicou a subcoordenadora das Operações Nacionais de Grupos de Vulneráveis da Polícia Militar, capitão Pandolfi.

Além disso, foram realizadas ações itinerantes com a Delegacia Móvel da Polícia Civil nos municípios de Irupi, Ibatiba, Brejetuba, Ibitirama, Iúna e Muniz Freire. As cidades, que integram o Caparaó Capixaba, fazem parte da estratégia da Polícia Civil de levar o Projeto Delegacia de Atendimento à Mulher Itinerante (Deam Itinerante). No dia 08 de março, que marcou o Dia D da Operação, uma ação com a Delegacia Móvel no Shopping Vila Velha, realizou atendimentos, orientações e ações de prevenção.

Entre as prisões em flagrante, destaca-se a detenção realizada pela equipe da Delegacia Móvel em Muniz Freire de um homem que tentou matar a cunhada com uma foice. “Ele tinha ingerido bastante bebida alcoólica, estava extremamente agressivo, nervoso, e houve um desentendimento familiar. Ele pegou uma foice e desferiu vários golpes nela. Ela só não foi morta porque o marido dela conseguiu intervir. A polícia rapidamente agiu, prendeu o autor em flagrante e apreendeu a foice. Ele foi conduzido a nossa Delegacia Móvel, onde foi autuado em flagrante e encaminhado ao presídio. A vítima foi atendida pela nossa equipe psicossocial e solicitou medida protetiva de urgência”, relatou a coordenadora das Operações Nacionais de Grupos de Vulneráveis da Polícia Civil, a delegada Cláudia Dematté.

 

Operação Átria

Átria é o nome da principal estrela da constelação denominada “Triângulo Austral”, do hemisfério estelar sul. Tem coloração alaranjada e consta na bandeira do Brasil. Em alusão à posição de destaque da estrela, o nome dado a operação ilustra a ideia de reposicionar mulheres agredidas, retirando-as da condição de vítimas e as devolvendo ao seu lugar.