Golpe do falso consórcio deixa clientes no prejuízo em São Mateus, Pelos menos 20 pessoas podem ter caído no golpe do falso consórcio e somam prejuízos na cidade de São Mateus. As vítimas tinham como o objetivo a aquisição de motos ou a retirada de cartas de crédito no valor do veículo.

Golpe do falso consórcio deixa clientes no prejuízo em São Mateus

Golpe do falso consórcio deixa clientes no prejuízo em São Mateus

Vítima pagou 19 mil reais

O Allysson Maia conta que pagou diversos boletos de um consórcio de motos, que resultou em um investimento de R$ 19,3 mil. Ele terminou o pagamento em 2017, mas nunca recebeu a moto pela qual pagou e nem o dinheiro de volta. “Quando eu vi numa página do Facebook que essa empresa estava aplicando golpes e que ninguém estava recebendo, foi quando eu procurei a empresa para saber o que estava acontecendo”, explica o vigilante.

Ainda segundo Allysson, ele precisou quitar todo o consórcio, esperar a negativa da empresa para o pagamento do bem, para só depois recorrer à Justiça. “Como o meu consórcio era de 60 meses, eu não podia abrir o processo naquele momento porque faltavam nove parcelas para serem pagas, aí eu tive que esperar passar esses nove meses e tentar receber, a empresa não pagar, para só depois eu ir no Fórum e abrir um processo contra eles”, relata.

O analista administrativo, Paulo Ricardo de Almeida, foi outra vítima. Ele pagou cerca de R$ 12 mil, divididos em 50 parcelas no consórcio da mesma revendedora de motos em São Mateus. Ele conta que também quitou o consórcio em 2017 e queria receber uma carta de crédito em vez da moto.

“Eu conversei com o pessoal lá e eles me perguntaram se eu queria a carta de crédito ou se eu queria o bem, eu respondi que queria a carta de crédito e esperei 180 dias. Acontece que eles não me responderam. Enviei e-mail como já mostrei, e eles não responderam o e-mail também e foi aí que eu busquei a Justiça”.

A Fátima Mendes também ficou no prejuízo após pagar boa parte do consórcio e descobrir que outras pessoas ainda não foram beneficiadas como esperavam. “Era uma confiança que eu tinha. Tanto é que eu cheguei a pagar 30 parcelas desse consórcio e não sabia que eu tinha entrado em um golpe. Você ia em um mês eles estavam em um local, você ia no outro mês e eles já estavam em outro local, e começaram a deixar de mandar informações que a gente recebia”, conta a comerciante.

O consórcio era bem conhecido na cidade, mas segundo os clientes, após descobrir que a empresa tinha mudado de nome e também de endereço, começaram a desconfiar. Como o tempo ia passando e eles não recebiam pelo investimento, perceberam que poderiam ter caído em um golpe.

No site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo é possível encontrar mais de 40 páginas de processos contra a revendedora de motos citada pelos entrevistados. Segundo o Allysson, um grupo criado através de um aplicativo de troca de mensagens, reuniu pelo menos 20 pessoas que estão na mesma situação. Entre eles, o prejuízo é de cerca de R$ 120 mil.

Após recorrer à Justiça, o Allyson participou de uma audiência de conciliação, porém, sem resultado. “A audiência durou 30 segundos. A conciliadora só perguntou se a empresa tinha alguma proposta e eles responderam que não e aí acabou, levantaram e saíram”, relembra.

Já no caso do Paulo, a empresa se comprometeu a cumprir um acordo de indenização: “chegaram lá e me ofereceram um acordo. Eu aceitei o acordo para eles me pagarem uma parcela de mil reais e outras nove parcelas de 900 reais, ou seja, eu iria receber menos ainda do que eu paguei pelo bem e eles não pagaram nem a primeira, não deram nem satisfação”, comenta. Enquanto os processos tramitam na Justiça, as vítimas esperam receber os valores que pagaram pelo consórcio.

O QUE DIZ A EMPRESA DE CONSÓRCIO

A reportagem da TV Gazeta Norte procurou o homem apontado pelos clientes como sendo o dono da empresa responsável pelos consórcios, entretanto, ele disse que a empresa foi vendida há sete anos e que não iria comentar o assunto.

Gazeta Online

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