Há exatamente uma semana a sociedade capixaba ficou chocada com a história de um jovem de 22 anos que matou os próprios pais a facada e cometeu suicídio em Vila Velha. Ele estava em tratamento psiquiátrico. De acordo com um familiar, o jovem, que era estudante de Medicina, passava por “sérios distúrbios mentais” durante a pandemia.

De acordo com um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima-se que de um terço até metade da população pode vir a sofrer alguma manifestação de transtorno psicológico durante ou após a pandemia. Um dos grandes fatores que mais contribuem para o cenário é a necessidade de isolamento social neste período.

Para garantir o tratamento a essas pessoas, o deputado estadual Bruno Lamas (PSB) propôs e a Assembleia Legislativa aprovou hoje (10), por unanimidade, a proposta que estabelece diretrizes e estratégias de divulgação, orientação e tratamento psicológico e/ou psiquiátrico para atendimento a quem possui sintomas de transtorno de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade, pânico e tendências suicidas associados ao isolamento pós-pandemia de Covid-19.

 Bruno Lamas aprova apoio psicológico no pós-Covid  para pacientes de unidades   de saúde, alunos e familiares

Proposta de Bruno Lamas assegura assistência em saúde mental na rede pública para pacientes em casos de depressão, ansiedade, pânico e tendências suicidas, durante ou após a pandemia

A proposta estende suas ações à rede pública de ensino, envolvendo toda a comunidade escolar, entre eles os alunos e seus familiares.

A ideia é fazer com que o poder público garanta o acesso à assistência em saúde mental, o acolhimento, acompanhamento e tratamento psicológico e psiquiátrico para os pacientes acometidos por quaisquer tipos de transtornos mentais.

O projeto propõe ainda uma atenção especial aos pacientes que foram infectados pela Covid-19, cabendo ao profissional de saúde responsável encaminhar a pessoa para o tratamento adequado dentro da rede de atenção psicossocial e de assistência em saúde mental do Estado.

“A nossa proposta estabelece planos, normas e diretrizes para que tanto nas unidades de saúde quanto nas escolas o acesso ao profissional especializado, no caso o psicólogo e o psiquiatra, seja mais rápido, fácil e disponível a todos, mesmo que para isso o governo tenha de estabelecer parcerias e convênios. O importante é aumentar a oferta de tratamento. Queremos melhorar a vida das pessoas”, destacou Bruno.

De acordo com o projeto, os pacientes e os alunos que tenham sido acometidos pela Covid-19 devem ser avaliados e estratificados quanto ao transtorno, por psiquiatra e/ou psicólogo, nas redes de atenção psicossocial e de assistência em saúde mental no Estado, cabendo ao profissional responsável, caso necessário, o contato imediato com outro ponto de atenção à saúde, a fim de prover o atendimento adequado.

O projeto estabelece algumas diretrizes apontadas pelo parlamentar, tais como: a perspectiva multiprofissional na abordagem; o atendimento e a escuta multidisciplinar; a discrição no tratamento dos casos de urgência; a integração das ações; a institucionalização dos programas; o monitoramento da saúde mental de cada indivíduo; a realização de ciclos de palestras e campanhas sobre qualidade de vida; a promoção de encontros temáticos relacionados à qualidade de vida no trabalho e à saúde mental.

Além de prestar apoio a pacientes acometidos pela doença, destaca-se, entre as estratégias do projeto, a oferta de auxílio aos familiares que perderam pessoas em decorrência da Covid-19 e que estejam com sintomas e complicações associadas a condutas suicidas, comprometimento social ou no trabalho, transtornos psicossomáticos, luto patológico e demais transtornos de adaptação.

“O projeto que aprovamos na Assembleia Legislativa, e que será levado ao governador do Estado para possível sanção, tem a preocupação com a saúde das pessoas. No pós-pandemia, a recuperação econômica é importante, mas as pessoas devem estar sempre em primeiro lugar”, concluiu Bruno.