Conceição da Barra: Polícia Civil demite delegado acusado de facilitar roubos de armas

A corregedoria da Polícia Civil decidiu demitir o delegado Carlos Cesar Silva, que foi acusado de receber propina e facilitar roubos de armas em 2010 dentro da Delegacia de Conceição da Barra, onde atuava.
O decreto que anunciava a expulsão foi publicado no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (17). Na época, a Corregedoria informou que o ex-delegado teria passado informações para criminosos sobre a existência de armas e drogas dentro da delegacia e os dias em que seria mais fácil cometer os furtos. O material teria sido revendido por membros de uma quadrilha
Carlos nega os crimes, afirma que foi vítima de uma armação do delegado que comandou as investigações, com quem teria tido problemas pessoais, e diz que vai recorrer da decisão da Corregedoria.
O ex-delegado foi preso durante uma operação da Polícia Civil em 2011, enquanto trabalhava na 4ª Delegacia Regional, em Cariacica, para onde foi transferido naquele ano. Em sua casa, foram apreendidas armas e munições de uso restrito. Segundo a defesa, a apreensão foi equivocada porque as armas eram do então policial
Na esfera criminal, o ex-delegado foi condenado em primeira instância a 18 anos de prisão pelos crimes de peculato, prevaricação, corrupção de menor, formação de quadrilha, falsidade ideológica, concussão e corrupção passiva. Ele cumpriu 4 anos e nove meses em regimes aberto e semiaberto e atualmente está no regime aberto. Um recurso da defesa corre na 2º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado.
Para o ex-delegado Carlos César Silva, ele foi vítima de uma perseguição do delegado que conduziu as investigações dos arrombamentos na Delegacia de Conceição da Barra.
“Esse delegado me substituiu na delegacia durante as minhas férias de 2010. Quando retornei, ele havia trocado as fechaduras da delegacia e eu não pude entrar na delegacia que eu era titular. Ele inventou várias mentiras. Nós entramos em conflito e ele armou com o menor de idade para inventar que eu tinha facilitado os arrombamentos”, afirma Carlos.
Segundo o réu, as condenações no processo criminal e no processo administrativo da Polícia Civil são injustas. Ele também reclama que não foi ouvido no processo criminal.
“No dia do furto, eu nem estava em Conceição da Barra. Estava de plantão na Delegacia de São Mateus. Sempre fui responsável, minha ficha funcional é limpa. Meu trabalho sempre foi elogiado e sempre busquei melhorias para as delegacias que trabalhei. As testemunhas de acusação arroladas no processo administrativo disseram que não havia nada que me incriminasse. Não há nenhuma prova de que eu cometi esses crimes”, diz.
A partir da publicação desta decisão no Diário Oficial, a Polícia Civil informou que ele deixa de ser servidor público e para de receber seus vencimentos.
Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, Carlos continuou recebendo o salário enquanto estava preso porque o ex-delegado ganhou um recurso contra a decisão judicial que também determinava a perda de função pública.
“A decisão judicial que determinou a prisão também determinava a perda da função pública, mas, Carlos recorreu e ganhou a causa, que segue em tramitação – por isso, ficou preso, mas manteve seus vencimentos. A Polícia Civil não comentará o processo judicial em andamento”, finalizou a nota.

fonte: GazetaOnline

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