Contradições em depoimento: pastor deverá ser interrogado de novo

Contradições em depoimento: pastor deverá ser interrogado de novo 1
Chegada de pastor ao SML de Linhares

O pastor Georgeval Alves Gonçalves, 36 anos, mais conhecido como pastor George Alves, pai do menino Joaquim, 3 anos, e padrasto de Kauã, 6 — mortos carbonizados durante incêndio na casa em que moravam, em Linhares -, deverá ser novamente interrogado pela polícia na próxima segunda-feira (30). Fontes relacionadas ao caso disseram que o pastor teria apresentado contradições nos depoimentos, mas detalhes não foram passados.

Na manhã deste sábado (28), por volta das 6h, o pastor foi preso, após a Justiça expedir um mandado de prisão temporária, válida por 30 dias.

HOSPEDADO EM HOTEL

Georgeval estava hospedado em um hotel no bairro Movelar com a esposa Juliana Salles, quando foi levado para a 16ª Delegacia Regional de Linhares, em uma viatura policial descaracterizada.

A decisão de prender o pastor George Alves foi tomada por volta das 2h da madrugada deste sábado (28) pelo juiz Grécio Grégio, responsável pelo plantão judiciário da região.

A prisão já havia sido solicitada, na noite desta sexta-feira (27), pelo responsável pelas investigações. O Ministério Público, representado pela Promotoria de Justiça, que acompanha o caso, também se manifestou favorável ao pedido, e a Justiça acatou.

ATRAPALHANDO AS INVESTIGAÇÕES 

De acordo com fontes ligadas ao caso, há fortes indícios de que o pastor estava atrapalhando as investigações do incêndio que matou as crianças Kauã, 6 anos, e Joaquim, 3 anos, na casa em que moravam, e que modificou a cena dentro do imóvel.

VESTÍGIOS DE SANGUE NA CASA

Além disso, em uma das perícias, foram encontrados vestígios de sangue no interior da residência. Mas a perícia ainda vai analisar de quem é o sangue. No pedido de prisão, a polícia também informou à Justiça que havia movimentação suspeita em frente ao local onde o pastor estava na noite desta sexta-feira (27) e corria o risco dele deixar o local sem destino certo.

Além de mandar prender o pastor por 30 dias, o juiz também expediu mandado de busca e apreensão, autorizado a polícia a recolher celular, computadores e demais objetos que ajudem na investigação.

No final da tarde desta sexta-feira (27), a Justiça também decretou a quebra do sigilo telefônico do pastor.

PASTOR SAI ALGEMADO DA DELEGACIA

Quase três horas depois de ser levado à delegacia, por volta das 8h40, o pastor saiu algemado e foi encaminhado ao Serviço Médico Legal (SML) da cidade, para fazer exames. Ao sair, dentro da viatura descaracterizada, uma pequena quantidade de pessoas, que acompanhavam a movimentação do lado de fora, ficaram revoltadas e xingaram o pastor.

Um médico legista foi acionado somente para atender George, uma vez que o SML de Linhares não funciona aos fins de semana. Às 9 horas, a viatura chegou à unidade para exame do pastor. Após 40 minutos, George foi encaminhado à Penitenciária Regional de Linhares. No início da tarde, Polícia Civil confirmou que o pastor foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Viana ll (CDPVII), na Região Metropolitana de Vitória, por questões de segurança. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Justiça.

PERÍCIAS NA NA CASA

A Polícia Civil já realizou três perícias na casa onde os irmãos Kauã e Joaquim morreram carbonizados após um incêndio que durou 3 horas e 40 minutos, no Centro da cidade.

Segundo a Polícia Civil, uma perícia foi feita pela equipe de Linhares no dia da tragédia, ocorrida na madrugada do último sábado (21).

No início da semana, na tarde desta terça-feira (24), uma equipe de engenharia da PC, a qual foi denominada, anteriormente, como “complementar”, realizou a segunda perícia na casa, embora detalhes não tenham sido divulgados. O pastor George Alves, inclusive, esteve no local acompanhando o trabalho dos peritos e em seguida foi levado para depor na delegacia, onde prestou depoimento por quase quatro horas.

A terceira perícia foi realizada na tarde de sexta-feira (27). Desta vez, os peritos utilizaram uma substância chamada luminol, que é um produto usado pela polícia para detectar vestígios de sangue. Iniciados às 16h50, os trabalhos dos peritos foram encerrados às 20h30. Novas perícias no local não foram descartadas pelos profissionais.

Norte Notícias

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