EDP Brasil tem alta de 15% no lucro líquido do 3º trimestre, Impulsionado pelo reconhecimento de um efeito contábil, a EDP Brasil, uma das principais holdings privadas do setor elétrico, registrou lucro líquido de R$ 354 milhões no terceiro trimestre de 2019, crescimento de 15,3% frente a igual intervalo do ano anterior.

No mesmo período de comparação, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 778,8 milhões, alta de 14,6%.

EDP Brasil tem alta de 15% no lucro líquido do 3º trimestre

EDP: empresa divulgou nesta quinta-feira o balanço do terceiro trimestre de 2019 (Eloy Alonso/Reuters)

Segundo o presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, o resultado do terceiro trimestre foi positivamente impactado pelo reconhecimento de um montante de R$ 228 milhões, referente à atualização do chamado Valor Novo de Reposição (VNR) de suas distribuidoras. O VNR é um valor a receber pelos ativos pelo governo federal ao final do contrato de concessão, caso não seja renovado.

De acordo com Setas, essa atualização ocorreu em função da expectativa de, ao final da concessão, o porcentual atual de glosa dos investimentos realizados pelas distribuidoras do Grupo ser menor do que era considerado pelos contadores da empresa.

A PREVISÃO DA EDP

Até então, a previsão da EDP Brasil era de uma glosa de 3% ao final dos contratos de concessão, o que ocorre em 2028, para a EDP São Paulo e 2025 para a EDP Espírito Santo. Contudo, no processo de aprovação do quinto ciclo de revisão tarifária pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o nível de glosa para a EDP São Paulo ficou em 0,7% e para a EDP Espírito Santo, 0,4%.

“É óbvio que, com glosas nesses patamares, isso leva a o que os contadores revejam para baixo a expectativa de glosa nos ciclos futuros. Por isso, vamos reconhecer um valor mais alto e ter uma base de ativos incrementada com esse valor que não vai ser glosado”, explicou.

O executivo destacou que, embora seja um efeito contábil, esse reconhecimento também tem um valor econômico no futuro, por se tratar de uma valorização dos ativos da EDP Brasil. “É o poder concedente reconhecendo que a empresa tem um ativo que vale mais do que aquilo que estava registrado em seus livros contábeis”, acrescentou o presidente da EDP Brasil.

Contribuiu também para o resultado a conclusão da revisão tarifária da EDP Espírito Santo, realizada em sete de agosto deste ano. Embora a redução média na tarifa a ser percebida pelos consumidores da concessionária tenha sido de 4,84%, o processo resultou no aumento de 28,1% na Base de Remuneração Líquida, o que gera impacto positivo da rentabilidade da empresa.