Assim que a vítima entra na pousada é possível escutar três disparos. Cuarassy morreu no local.

O primo da vítima, Leonardo Lucas Medeiros, diz que o vídeo mostra que Cuarassy tentou evitar a briga e que a família está inconformada com a liberação do suspeito.

“O vídeo mostra muito claro que ele pede para se afastar, que ele [suspeito] arrumava confusão na vila, que passou provocando que ia matar. Meu primo não deu uma garrafada nele. Ele entra para a pousada, meu primo foi atrás e a gente vê que não teve tempo de reação. Foram vários disparos contra o meu primo. A minha família quer justiça. A gente quer entender o porquê. Como ele descarrega a arma em uma pessoa assim? Meu primo tinha 39 anos, cheio de luz, trabalhava com criança. O coração está completamente destruído. Até nossa família consertar essa cicatriz vai demorar muito”, relata Leonardo.

Depois da morte, o suspeito fugiu. Na manhã do dia seguinte, ele ligou para a polícia para se entregar e disse que foi o autor do crime. Tiago prestou depoimento na Delegacia de São Mateus no sábado (19) e foi liberado na sequência.

A Polícia Civil informou que o caso é investigado na Delegacia de Polícia de Conceição da Barra e esclareceu que a legislação brasileira estabelece que a prisão de suspeitos só deve ocorrer em situações de flagrante delito ou mediante mandado de prisão em aberto e o caso não se configurou nenhuma das duas situações.

O autor dos disparos alegou que agiu em legítima defesa. Procurado pelo G1, ele disse que o capoeirista tinha o agredido e, por isso, fugiu para dentro da pousada. O músico ainda relata que a vítima teria o perseguido e que atirou para se defender.

Segundo o suspeito, ele estaria armado porque estava recebendo ameaças de um morador. A Polícia Civil foi procurada para falar sobre a legalidade da arma e se ele tinha o porte dela, mas não respondeu até a publicação da reportagem.