A gente piscou e lá vem ele de novo: o IPCA subiu em abril. Sim, o famoso índice que mede a inflação oficial do país registrou alta de 0,43% no mês, segundo dados fresquinhos do IBGE. E os culpados? Spoiler: têm nomes (e preços) bem conhecidos do nosso bolso.
O que puxou a alta do IPCA em abril
Logo de cara, vale dizer: essa alta de 0,43% foi menor que a de março (0,56%), mas ainda assim apertou o orçamento das famílias. No acumulado de 2024, o IPCA já soma 2,48%, e no acumulado de 12 meses, chega a 5,53%, ficando acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 3,0% com tolerância de 1,5 ponto.
O grande vilão do mês foi o grupo Alimentação e bebidas, que subiu 0,82%. Mesmo com uma leve desaceleração frente a março (1,17%), o impacto foi grande. Destaques:
- Batata-inglesa: 18,29%
- Tomate: 14,32%
- Cebola: 9,79%
- Café moído: 4,48%
- Lanche: 1,38%
A alimentação no domicílio subiu 0,83%, e a fora do domicílio, 0,80%. E como esse é o grupo de maior peso no índice, o reflexo é imediato na rotina de quem vai à feira ou ao supermercado.

Outro peso relevante foi Saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,18%, puxada principalmente pelo reajuste de até 5,09% nos medicamentos autorizado a partir de 31 de março. Produtos farmacêuticos, sozinhos, subiram 2,32%.
Vestuário também chamou atenção, com aumento de 1,02%, especialmente em roupas femininas, masculinas e calçados.
Confira os números dos grupos do IPCA em abril:
- Alimentação e bebidas: 0,82%
- Habitação: 0,14%
- Artigos de residência: 0,53%
- Vestuário: 1,02%
- Transportes: -0,38%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,18%
- Despesas pessoais: 0,54%
- Educação: 0,05%
- Comunicação: 0,69%
IPCA 2025: o que esperar daqui pra frente?
Se você está de olho no futuro e se perguntando qual o IPCA em 2025, a resposta é: ainda é cedo para cravar, mas o mercado já trabalha com estimativas.
A projeção da pesquisa Focus é de que o IPCA 2025 fique entre 3,8% e 4,0%, um pouco acima da meta. O cenário inclui desafios como clima instável (que afeta alimentos), pressão no câmbio e uma inflação de serviços ainda resistente.
O Banco Central, inclusive, elevou a Selic para 14,75% ao ano e deixou em aberto os rumos para junho, indicando que será preciso uma dose prolongada de juros altos para controlar a inflação.
Alta do IPCA e o impacto no seu dia a dia
A alta do IPCA vai muito além dos gráficos técnicos. Ela afeta diretamente quanto você paga na feira, na farmácia e até na conta de luz. Em abril, por exemplo:
- Alimentos para consumo no lar subiram mais de 1%.
- Medicamentos aumentaram até 5,09%.
- Gás de botijão subiu 0,63%.
- Vestimenta pesou com alta de 1,02%.
Na prática, isso tudo significa menos poder de compra. E quem ganha salários fixos sente ainda mais esse peso. Por isso, entender o IPCA não é coisa de economista — é questão de sobrevivência no fim do mês.
Como se proteger da inflação?
Não dá pra fugir completamente da alta do IPCA, mas existem algumas formas de amenizar o impacto:
- Revise seus gastos e tente priorizar produtos que não sofreram tanto aumento.
- Aproveite promoções e feiras livres, que costumam ter melhores preços que supermercados.
- Invista em educação financeira: entender como seu dinheiro funciona é o primeiro passo para fazer ele render mais.
E se você tem alguma reserva, vale pensar em aplicações que acompanhem a inflação, como o Tesouro IPCA. Assim, você protege seu poder de compra.
A inflação não é nenhuma novidade para o brasileiro, mas não deixa de ser um desafio a cada mês. O IPCA é o nosso termômetro, e acompanhar sua evolução é essencial para tomar decisões mais conscientes. Em abril ele subiu, os vilões são os de sempre, mas com informação na mão, a gente se protege melhor.