O ator Pedro Cardoso, gerou polêmica ao criticar duramente o gênero musical sertanejo durante uma entrevista à Rádio Bandeirantes. Conhecido pelo papel de Agostinho Carrara, na série “A Grande Família” (Globo), Cardoso questionou a autenticidade dos artistas do segmento e afirmou que a música sertaneja seria a “música do fascismo brasileiro”.

Pedro Cardoso critica sertanejo e recebe resposta de cantores 1
Ator Pedro Cardoso

“Não sei se tem algum artista verdadeiro ali. Mas, na minha opinião, é uma temática completamente monótona e de baixíssima inspiração. Não é à toa que essa é a música do fascismo brasileiro. É uma música vazia, de interesse teórico, sobre assunto nenhum. É uma música sobre nada, sobre ser corno ou não ser corno”, declarou o ator.

Pedro Cardoso ainda sugeriu que o rótulo “sertanejo” deveria ser reservado apenas para músicas mais antigas, como “No Rancho Fundo”. Segundo ele, o atual cenário do gênero se limita a narrativas sobre relacionamentos amorosos.

“Agora o problema é ‘ser corno ou não ser corno’, ‘minha namorada me largou e eu larguei minha namorada’. O único assunto que eles têm é uma questão da masculinidade e da fidelidade feminina”, comentou.

O ator também criticou a postura dos artistas sertanejos, os quais chamou de “comerciantes agrícolas brasileiros muito apegados à cultura estadunidense”, afirmando que eles seguem o caminho que o dinheiro impõe à arte.

Resposta de sertanejos

As declarações de Pedro Cardoso não passaram despercebidas no meio musical, e alguns cantores sertanejos responderam de forma incisiva. Rio Negro, da dupla Rio Negro & Solimões, rebateu as críticas com ironia: “O comentário dele é tão inútil quanto o papel que ele representou”, disse.

O cantor Hugo Pena também reagiu, fazendo referência ao famoso personagem de Cardoso. “Esses pseudointelectuais sempre com uma análise profunda. Nos diga, grande Agostinho, qual música podemos ouvir? Qual roupa podemos vestir? O que podemos falar?”, provocou.

A polêmica reacende o debate sobre a diversidade de gêneros musicais no Brasil e as diferentes percepções sobre o impacto cultural e social de cada estilo.