A polícia civil investiga um possível ataque cibernético que teve como alvo a Câmara de Linhares na última quarta-feira (6). O Legislativo municipal  registrou um boletim de ocorrência para informar que o sistema de informática da Casa foi invadido e todos os arquivos foram corrompidos. Para devolvê-los, de acordo com o presidente da Casa, Ricardo Bonomo (SD), os hackers exigiram 7 mil bitcoins, que é um tipo de moeda virtual. Com a cotação do dia, o valor era equivalente a mais de R$ 252 milhões.

Polícia investiga invasão hacker em sistema da Câmara de Linhares 1

O montante representa 34% do orçamento do município de Linhares, que para este ano é de R$ 736,8 milhões. Segundo informado pelo Legislativo, os criminosos deixaram apenas um endereço de e-mail, sem dar detalhes de como exatamente o pagamento deveria ser feito. Um inquérito foi aberto para apurar o caso.

De acordo com Carlos Magno Teixeira, técnico em informática efetivo da Câmara, todo o conteúdo virtual do Legislativo foi criptografado pelo hacker – o que impede o acesso aos dados por meio da construção de códigos específicos de segurança. Ainda segundo o técnico, não há como descobrir quem fez ou de onde partiu o ataque.

Consequentemente, o trabalho dos vereadores e dos servidores da Câmara de Linhares continuava afetado até esta terça-feira (12), já que o sistema interno foi comprometido. Por causa da ação criminosa, todos tiveram os acessos ao sistema suspensos e não há previsão de quando a situação será normalizada.

VEREADOR QUESTIONA INVASÃO

Na última sessão ordinária, realizada nesta segunda-feira (11), o vereador Rogerinho do Gás (PP) questionou a situação, já que esta tem impossibilitado a publicação de atas e projetos no sistema, como o aumento de salário e a concessão de benefícios aos parlamentares. Outros documentos também não puderam ser protocolados.

Em resposta, o presidente da Câmara de Linhares, Ricardo Bonomo, explicou que foi a ação dos hackers que desencadeou os problemas como a falta de internet e o impedimento do acesso ao sistema interno. Para dar início a uma investigação externa sobre o crime, ele informou que o diretor-geral Frank Coutinho fez um boletim de ocorrência na 16ª Delegacia Regional, no próprio dia.

Em resposta, o presidente da Câmara de Linhares, Ricardo Bonomo, explicou que foi a ação dos hackers que desencadeou os problemas como a falta de internet e o impedimento do acesso ao sistema interno. Para dar início a uma investigação externa sobre o crime, ele informou que o diretor-geral Frank Coutinho fez um boletim de ocorrência na 16ª Delegacia Regional, no próprio dia.

Por meio de nota, a Polícia Civil confirmou a abertura de um inquérito policial, que está sob responsabilidade da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Linhares. Outras informações não foram passadas pela assessoria de imprensa, para que não atrapalhassem o andamento das investigações.

RANSOMWARE: O SEQUESTRO DE DADOS

Também conhecido como rogueware ou scareware, o sequestro de dados é apontado por especialistas como uma das ameaças digitais mais graves da atualidade. Isso porque através desta ação, informações de órgãos públicos, empresas e pessoas são roubados. Além do fato de os criminosos dificilmente serem identificados.

Cada vez mais popular na internet, o crime acontece da seguinte maneira: por meio de um clique em um link falso ou por falhas no sistema, os hackers têm acesso aos arquivos da vítima e os copia para um servidor externo protegido por um código. Criptografados, todos eles ficam inacessíveis. Para devolvê-los, os criminosos exigem algum valor.

O pagamento acontece com o uso de moedas virtuais, normalmente bitcoin, por duas principais razões: o alto grau de anonimato e a ausência de regulamentação. Desta forma, e com o uso de um endereço de IP falso, os criminosos dificilmente conseguem ser rastreados, identificados e, portanto, detidos.