Primeira notificação de dengue no Espírito Santo ocorreu em 1995 1
CERCA de 80% dos focos do mosquito estão próximos ou dentro das residências. 

 

O mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão de diversas doenças como dengue, chikungunya e zika. O primeiro registro do inseto no Espírito Santo foi na década de 1990, sendo identificado por meio de levantamentos entomológicos realizados pelo Núcleo de Entomologia e Malacologia do Espírito Santo (Nemes) da Secretaria da Saúde (Sesa)

As notificações de dengue iniciaram em 1995 e, desde então, ocorreram três epidemias da doença no Estado, nos anos de 2009, 2011 e 2013. Nesses períodos, foram 51.733, 55.017 e 82.923 casos notificados, respectivamente.

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesa nesta sexta-feira (01), são 75.416 casos de dengue notificados até a semana 43 de 2019. No ano de 2018, neste mesmo período, eram 13.816 casos.

O chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da Sesa, Roberto Laperriere, explica que o aumento de notificações pode ter ocorrido pelos seguintes fatores: desabastecimento nacional do adulticida, utilizado no controle químico; o prolongamento do verão, que provocou temperaturas elevadas no País até julho deste ano; a circulação do sorotipo 2 do mosquito; e, principalmente, a falta de comprometimento da sociedade no combate aos possíveis depósitos de ovos.

Cerca de 80% dos focos do mosquito estão próximos ou dentro das residências. Laperriere alerta que é necessário que todos estejam empenhados no controle da proliferação do Aedes aegypti, e que sem o comprometimento da população não é possível obter sucesso.

“A população tem o papel primordial no controle do vetor e se não fizer a parte dela dentro das residências, dificilmente vamos ganhar a guerra contra o mosquito. Essa é a nossa maior dificuldade. Precisamos que todos tenham conscientização do problema”, disse.

Além disso, o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental alerta para a chegada do verão e ressalta que a situação é preocupante. “Tendo em vista que temos uma grande circulação do sorotipo 2, mas não tivemos epidemia em todos os municípios capixabas, nós temos grande parcela da população suscetível e podendo ser contaminada por ele. Além disso, temos preocupação com Chikungunya. É um momento de acompanhamento e de intensificar as ações de imobilização”, reforçou.

Ciclo de vida do mosquito

O ciclo de vida do mosquito é dividido em quatro etapas: ovo, larva, pupa (estágio intermediário entre a larva e o adulto) e adulto. A fêmea do mosquito deposita seus ovos nas bordas dos recipientes com água limpa e parada. Dois ou três dias após o contato com o líquido, os ovos viram larvas e dias depois chegam na fase da pupa. Esse ciclo dura cerca de 48 horas e, ao término, se transformam em mosquitos adultos.

Para evitar que esse processo seja concluído, é preciso que a população esteja atenta ao acúmulo de água nos recipientes, que faça a limpeza dos quintais frequentemente, verifique se todas as garrafas vazias estão de cabeça para baixo e se todos os reservatórios estão vedados.

Como se prevenir:

– Limpar o quintal, jogando fora o que não é utilizado;

– Tirar a água dos pratos de plantas;

– Colocar garrafas vazias de cabeça para baixo;

– Tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água;

– Manter os quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas;

– Escovar bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantê-los sempre limpos.

Confira aqui os boletins da semana:

Veja aqui o 43º boletim da dengue.

Veja aqui o 43º boletim de zika.

Veja aqui o 43º boletim chikungunya.