Entre os oito nomes lançados para concorrer ao governo predomina o discurso de renovação e defesa de um novo ciclo à frente do Executivo capixaba, comandado atualmente por Renato Casagrande, que deve buscar a reeleição
Oito pré-candidatos a governador se apresentam como aqueles que vieram para ficar na corrida pelo Palácio Anchieta nas eleições de outubro. Mas até a conclusão das convenções partidárias, em agosto, ainda pode ter muita “gente a sorrir e a chorar”, como canta Maria Rita em “Encontros e despedidas”, pois “todos os dias é um vai e vem” na discussão de alianças e alguns deles podem ter de abrir mão da disputa ou trocar o cargo que almejam.
O discurso predominante entre os pré-candidatos é o de busca por renovação e defesa de um novo ciclo no comando do Executivo estadual, uma vez que o atual governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), que deve disputar a reeleição, se reveza há 20 anos no cargo com o ex-governador Paulo Hartung (sem partido). Adotam abertamente essa linha o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede), o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), e o deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil), ainda que com nuances entre os discursos.
Já a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) é a única posicionada mais claramente no campo progressista, enquanto a do ex-deputado federal Carlos Manato (PL) segue na direção oposta, mais conservadora e de total oposição ao atual governo.
ARIDELMO TEIXEIRA (NOVO)
Prefeito da Serra por três mandatos, Audifax Barcelos (Rede) é economista e foi o deputado federal mais votado do Estado em 2010. Desde que deixou o comando da Prefeitura da Serra, em 2020, tem rodado os municípios capixabas para discutir um projeto de governo e se cacifar para a disputa a governador.
Pré-candidato a governador pelo PL, o ex-deputado federal Carlos Manato busca pela segunda vez consecutiva o comando do Palácio Anchieta pelo mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2018, foi o segundo mais votado na disputa a governador, quando concorreu pelo PSL.
Atual presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso foi lançado pré-candidato ao governo pelo Republicanos com uma “proposta de renovação política e mudança de ciclo geracional”. Ele já tem apoio declarado do PSC, Agir e Patriota.
Eleito senador em 2018 pela Rede, o delegado da Polícia Civil aposentado e professor Fabiano Contarato foi lançado em fevereiro pelo PT para a disputa a governador. Ele foi o primeiro homem assumidamente homossexual eleito para o Senado e viralizou com um discurso contra a homofobia durante a CPI da Covid-19. O PT busca consolidar a pré-candidatura de Contarato para garantir um palanque forte no Estado para a campanha do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto, seja mantendo-o na disputa ou reproduzindo a aliança com o PSB já firmada em nível nacional.
Deputado federal, Felipe Rigoni é pré-candidato ao governo pelo partido União Brasil e busca alianças com partidos de centro e centro-direita. Ele é o primeiro deputado federal cego eleito no país e está em seu primeiro mandato eletivo. Rigoni não se coloca como oposição ao atual governador, mas como um nome para iniciar um novo ciclo político no Estado, pós-Casagrande e Hartung.
Pré-candidato do PSD ao governo estadual, Guerino Zanon deixou o MDB depois de 26 anos de filiação e renunciou ao quinto mandato de prefeito de Linhares em 31 de março, para ficar livre para a disputa eleitoral. A mudança de partido teve o aval do ex-governador Paulo Hartung, de quem Zanon foi secretário estadual de Esportes. Ele também foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa.
Atual governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) deve buscar seu terceiro mandato à frente do Palácio Anchieta em outubro. O PSB tenta viabilizar a reeleição dele com uma coligação suprapartidária e busca apoio de mais de 10 partidos, que vão de esquerda a centro-direita.