Durante visita a Castelo, Casagrande mandou recado para oposição, mirando os críticos às obras do seu governo.

O governador Renato Casagrande (PSB) surpreendeu o público que prestigiou o anúncio do reinício da pavimentação da Rodovia ES-475, no trecho que liga Fazenda da Prata x Monte Pio, na sua cidade natal, em Castelo, e reagiu aos incrédulos da oposição que, segundo ele, “oram” para que suas obras não sejam concluídas.

Casagrande discursa em sua cidade natal e reage à oposição: “A caravana vai passar”

Foto: Divulgação (Governo do Estado)

 

“Obra pública é algo que as pessoas não acreditam porque muita gente passou sem fazer. Então, indagam: ‘Será que essa obra vai sair, mesmo?’. Tem gente que está legitimamente sem crença. Mas eu vejo algumas pessoas fazendo oração, vídeos, para que a obra não aconteça. E dizem: ‘Ah, se essa obra acontecer, vai fortalecer muito o Casagrande! O DER vai ficar muito forte!’”, declarou, na última sexta-feira (11), em seu discurso em Castelo.

“Gente, temos de torcer para que todo governo, independente do seu partido, da sua ideologia, faça muita coisa para a população. O que a gente precisa é que façam, façam e façam. Então, essas pessoas que oram e rezam para que as coisas não aconteçam, elas vão ficar gritando porque a caravana vai passar!”, disse ele, que deverá disputar a reeleição.

A resposta foi muito aplaudida por uma plateia formada por prefeitos, vereadores, secretários, deputados da base aliada do governo e, principalmente, por amigos e conterrâneos de Casagrande que fizeram questão de participar do evento. Muitos deles citados nominalmente pelo governador.

Empolgado, Casagrande rebateu aos críticos às obras do seu governo.

“E algumas pessoas vão ficar gritando, choramingando. Mas 99,9% delas ficarão felizes com a obra. Então, eu sei que, apesar das descrenças legítimas e algumas ilegítimas, não temos de dar ouvidos. Temos de seguir com a caravana. Deixa a turma gritar, quem não está acreditando. Porque os legítimos ficarão gratos. Os ilegítimos, ficarão esquecidos”, filosofou.

A obra em questão é um sonho de mais de 50 anos que Casagrande afirmou ter sonhado antes de imaginar que um dia poderia ser governador do Estado. Serão investidos R$ 20 milhões nas intervenções no trecho de 12,5 quilômetros de extensão. Ao ficar pronta, ela irá permitir que os moradores e produtores rurais possam trafegar com mais segurança entre as comunidades e distritos beneficiados, aumentando o potencial econômico e o conforto para os motoristas.

“Naquela época lá trás tínhamos um desafio: a Serra do Patrimônio do Ouro. Era um monstro que tinha na nossa frente. Para fazer uma passagem ali, na época de chuva, era uma dificuldade. Esse sonho está se tornando uma realidade”, contou, aos detalhes, lembrando de quando atuou como engenheiro florestal, como diretor de Desenvolvimento Rural de Castelo. Ele também revelou que não foi possível consolidar a obra no seu primeiro governo.

Ao citar outra obra que está sendo executada por seu governo na região, a estrada de Castelo a Muniz Freire, o governador declarou que é preciso entender a descrença das pessoas. Segundo ele, isso ocorre porque na vida pública as pessoas prometem muito e realizam pouco, quando é preciso prometer pouco e realizar muito.

“A estrada de Castelo a Muniz Freire é uma piada. Espero que eu tome todos os ‘guaranás’ que apostaram lá. Gente, não é cachaça, heim! É guaraná e a carne que vocês apostaram”, brincou. A plateia caiu na gargalhada.

Casagrande também entrou no clima dos discursos dos deputados que o antecederam, entre eles o aliado Bruno Lamas (PSB), que destacou o fato do “governador estar em casa”.

“Exerço minha vida pública há quase 30 anos ao lado do governador Casagrande. Eu testemunhei. Ele (Casagrande) veio dirigindo o carro e lembrando toda a sua trajetória. Foi vibrando com a obra, cumprimentando os trabalhadores e chamando as pessoas pelos nomes”, narrou Bruno Lamas.

O deputado destacou que é “muito triste quando alguém começa uma obra e vem outro governante e paralisa”.

“Isso é um crime. Deveríamos punir isso com mais rigor. E também questionou o que chamou de “brigalhada que só atrapalha”.

“Que confusão que o País se meteu com a tal polarização? As pessoas se agredindo por nada? Brigando por causa de vacina? E isso chegar ao Espírito Santo, de um povo ordeiro e trabalhador? Faço um apelo: temos de separar isso tudo e cuidar da nossa vida porque o nosso estado vai bem e obrigado! E precisa continuar assim”, afirmou.

Casagrande discursa em sua cidade natal e reage à oposição: “A caravana vai passar”

Casagrande e Bruno Lamas mostram a ordem de serviço da obra, em Castelo: o deputado criticou “brigalhada que só atrapalha” em tempos de polarização

 

Casagrande, então, destacou a necessidade de garantir um ambiente de mais tolerância, paciência e diálogo.

“Como disse o Bruno aqui, temos de parar com essa disputa insana. Até briga de família a gente está assistindo. Irmãos que não se falam por causa de posições políticas. Às vezes, a pessoa esquece o histórico, o passado de um amigo que conviveu com ele por 50 anos, mas, porque ele torce para um outro, a briga se instala dentro da família”, exemplificou.

E insistiu: “Eleição é outra história. Cada um vota naquele que quiser. Que possamos ter tolerância, paciência e capacidade de dialogar. De ter posições políticas sem a gente brigar. Não sei por que as pessoas com posições diferentes têm de brigar umas com as outras. Nós, cristãos, temos de pregar o diálogo, a unidade e a paciência.”

Para concluir seu discurso, Casagrande agradeceu aos aliados: a base aliada na Assembleia Legislativa e a sua equipe. E brincou com o diretor-presidente do DER, Luiz Cesar Maretto.

SURTADO

“O prefeito de Castelo (João Paulo Nali, do PTB) disse aí que não sabe como o Maretto não surta. Mas ele já é surtado. É tanto trabalho que ele já vive surtado direto. O DER é um espetáculo, é extraordinário. É um órgão de uma ‘engenheirada’ que sabe fazer, mas faz quando tem decisão política. Ficou muito tempo sem fazer nada também. Agora faz porque nossa decisão é fazer”, destacou.

De acordo com Casagrande, ele quer ganhar a confiança das pessoas.

“O governo quer é que você confie em nós. Olhe para o Casagrande, independente de gostar dele ou ter votado nele ou não, e diga: ‘Aquele filho da mãe, não votei nele, mas é um cara quel o que ele fala, ele faz. Quero conquistar a confiança de vocês”, concluiu.